1. Por favor, conte-nos sobre o seu amor pelo meio ambiente e a primeira vez em que teve contato com o oceano.
Para mim, estar ao ar livre na natureza é a melhor maneira de passar meus dias. Eu amo o oceano e tenho muita sorte de fazer a maior parte do meu trabalho no oceano. Não me lembro das primeiras vezes em que entrei no mar. Eu devia ser muito pequena, mas me lembro das primeiras ondas que surfei: eu tinha 13 anos, e a sensação era muito divertida e emocionante. Eu tinha medo do oceano, mas também me sentia atraída por ele.
2. Que tipo de responsabilidade você sente como um modelo para as meninas que sonham em se tornar surfistas profissionais? Como é ser uma Campeã da UNESCO do Oceano e da Juventude?
Para mim, é importante que as meninas tenham permissão e apoio para seguir quaisquer carreiras e sonhos que possam ter. Se for surfar, a dedicação e o trabalho árduo sempre compensam. É incrível estar envolvida com a família UNESCO e continuar a defender um oceano saudável em uma plataforma poderosa.
3. Adoraríamos saber mais sobre os seus livros infantis. Como essa pode ser uma maneira de divulgar a cultura oceânica em muitos lugares diferentes?
Eu compartilho com os jovens leitores o meu amor e a minha jornada no mar e no surfe. Espero que alguns deles compartilhem o mesmo amor pelo oceano que eu, e que os que não compartilham possam se tornar curiosos e mais interessados depois da leitura.
a. Qual é a próxima aventura da Maya no mundo dos livros?
“Maya in the Sea” [Maya no mar] é um livro infantil ilustrado. Provavelmente será lançado no próximo outono e é a continuação de “Maya and the Beast” [Maya e a fera]. Mal posso esperar para compartilhá-lo com as crianças.
b. Para os nossos leitores mais jovens: qual é o seu animal marinho favorito?
Eu amo todos eles. E eu falo sobre eles no livro “Maya in the Sea”. Digamos que os golfinhos são bons surfistas, mas todos os animais são igualmente importantes para um oceano equilibrado e saudável.
4. Acabou de ser lançado um documentário sobre você, que foi apresentado em grandes festivais pelo mundo. Por que o cinema é importante para ajudar a conectar sua vida e o oceano com o público?
Os filmes são uma ótima maneira de compartilhar experiências, e eu acho que eles inspiram as pessoas. Precisamos de pessoas que amem e cuidem do oceano. Se a minha história no surfe puder ajudar, ficarei feliz em compartilhá-la.
5. Ao comemorarmos o Dia Internacional da Mulher, você poderia compartilhar conosco o trabalho de uma mulher que te inspira a abraçar a mudança e as ações para proteger o oceano?
Sylvia Earle é muito inspiradora, uma pioneira e uma líder em seu campo há muitos anos. E ela também lidera a defesa do oceano com esperança e entusiasmo, além de todo o seu conhecimento.
6. Quais são os seus planos para 2023 em termos de surfe, advocacy e outras atividades?
Estou indo para o Brasil em breve, para ver minha família e trabalhar na minha linha de protetores solares orgânicos Blue Aya, além de outros projetos. Em abril, espero estar no Chile, na Patagônia, para participar da reunião do conselho da Oceana, que é sempre muito emocionante e reveladora para mim.
a. Conte-nos um lugar onde você adoraria surfar, mas que ainda não teve oportunidade?
Micronésia!
7. O que você gostaria de realizar até o final da Década dos Oceanos da ONU, em 2030?
Essa questão é grande. Acho que não vou conseguir fazer muito sozinha, então se trata do que vamos conseguir como grupo e como movimento até o final da Década. Ter 30% das áreas marinhas protegidas (falando em termos funcionais). Essa é uma grande meta, mas em todas as esferas relacionadas à preservação e à economia dos oceanos, nós devemos ser guiados pela ciência e agir de acordo com o que é necessário para recuperar um oceano saudável, a fim de ajudar a combater a crise da mudança climática e a crise alimentar que enfrentamos atualmente.
8. Você tem uma mensagem para compartilhar com a Comunidade da Década dos Oceanos? or que é importante aderir ao movimento da Década dos Oceanos (Ocean Decade)?
O oceano é magnífico, é mágico e é poderoso. Dito de maneira simples, ele nos fornece mais da metade do oxigênio que temos no planeta Terra. Portanto, mantê-lo saudável é uma necessidade para a nossa sobrevivência. Ele não está saudável agora e, se não mudarmos a forma como fazemos as coisas em nossas vidas, o desequilíbrio só vai piorar.
Então, é hora de ouvir a ciência e mudar os nossos modos de vida para encontrar a harmonia entre nós e o mar, e entre nós e a natureza como um todo.
