Comunicado de imprensa
COVID-19: UNESCO e ICOM preocupados com a situação enfrentada pelos museus do mundo
Os dois estudos, que envolveram Estados-membros e profissionais de museus, tiveram como objetivo avaliar o impacto da COVID-19 em museus e em instituições museológicas. Eles também buscaram descobrir como o setor se adaptou à pandemia e explorar formas de apoiar as instituições após a crise.
“Os museus desempenham um papel fundamental na resiliência das sociedades. Nós precisamos ajudá-los a lidar com esta crise e a mantê-los em contato com o público”, disse a diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay. “Esta pandemia também nos lembra de que metade da humanidade não tem acesso às tecnologias digitais. Devemos trabalhar para promover o acesso à cultura para todos, especialmente os mais vulneráveis e isolados”.
No marco de seu movimento ResiliArt, em meados de maio, a UNESCO lançou uma série de debates dedicados aos museus. Os três primeiros deles, em parceria com o Programa Ibermuseums, destacam a situação na região ibero-americana e exploram estratégias para apoiar os museus e seus profissionais. O movimento ResiliArt visa a apoiar os artistas durante e após a crise da COVID-19, assim como analisar as questões em jogo, por meio de intercâmbios de alto nível entre profissionais internacionais da esfera cultural.
O estudo realizado pelo ICOM destaca o fato de que os museus que foram privados de seus visitantes enfrentarão uma redução em sua renda. As profissões relacionadas a museus, suas operações e sua divulgação também podem ser seriamente afetadas.
“Nós estamos plenamente conscientes e confiantes quanto à tenacidade dos profissionais de museus para enfrentar os desafios da pandemia da COVID-19”, disse a presidente do ICOM, Suay Aksoy. “No entanto, a área de museus não pode sobreviver por conta própria sem o apoio dos setores público e privado. É imperativo arrecadar fundos de ajuda emergencial e implementar políticas para proteger profissionais e trabalhadores autônomos com contratos precários".
Entre as prioridades indicadas pelos Estados em suas respostas ao estudo da UNESCO estão a capacitação, a proteção social dos funcionários dos museus, a digitalização e o inventário das coleções, o desenvolvimento de conteúdo online, a assistência técnica e os equipamentos para laboratórios de conservação, todos os quais requerem a mobilização de recursos.
Deve-se notar que, desde 2012, o número de museus em todo o mundo aumentou quase 60%, para cerca de 95 mil instituições, de acordo com o estudo da UNESCO. Esse aumento demonstra o importante lugar que o setor tem ocupado nas políticas culturais nacionais na última década. No entanto, o estudo revela grandes disparidades, com apenas 1,5% do número total de museus de todo o mundo situados na África e nos SIDS.
Essas descobertas refletem o mais recente relatório sobre a implementação por seus Estados-membros da Recomendação da UNESCO referente à Proteção e Promoção dos Museus e Coleções, sua Diversidade e seu Papel na Sociedade, publicada em dezembro de 2019. Nela, a Organização destaca o papel fundamental que os museus exercem na educação e na disseminação da cultura, em termos de coesão social, mas também no apoio à economia criativa nos âmbitos local e regional.
A UNESCO e o ICOM publicarão em breve os resultados completos dos dois estudos e continuarão com sua colaboração para apoiar museus em todo o mundo, com a ajuda dos Estados-membros e das redes de profissionais de museus.
Dados principais:
- Quase 90% dos museus de todo o mundo foram fechados durante a crise.
- Na África e nos SIDS, apenas 5% dos museus desenvolveram conteúdo online para seu público.
- Quase 13% dos museus talvez não reabram suas portas.
- Desde 2012, o número de museus em todo o mundo aumentou quase 60%, para cerca de 95 mil.
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