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Principais resultados da Bienal de Luanda - Fórum Pan-Africano para a Cultura de Paz

Biennale of Luanda 2021

A segunda edição da “Bienal de Luanda - Fórum Pan-Africano para a Cultura de Paz”, organizada conjuntamente pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), a União Africana (UA) e o Governo da República de Angola, realizou-se em Luanda, Angola, de 27 a 30 de Novembro de 2021 - em formato híbrido (presencial e online) - devido à pandemia da COVID-19.

A Bienal foi concebida em linha com o tema da União Africana de 2021 “Artes, Cultura e Património: alavancas para a construção da África que queremos” e a iniciativa “Silenciar as armas até 2030” da Agenda 2063 e foi estruturada em torno de 4 temas principais, nomeadamente:

  1. Contribuição das Artes, Cultura e Património para uma Paz Sustentável;
  2. Envolver a juventude como agentes de transformação social para a prevenção de conflitos e o desenvolvimento sustentável;
  3. África e as suas Diásporas face aos conflitos, crises e desigualdades; e
  4. Aproveitar o potencial dos oceanos para o desenvolvimento sustentável e a paz.

Estes quatro temas foram interligados em cada um dos principais segmentos da Bienal:

  • Diálogo intergeracional de líderes e jovens;
  • Fóruns Temáticos e de Boas Práticas;
  • Festival das Culturas;
  • Aliança de Parceiros.

A Bienal foi muito mais de que um simples evento, foi todo um êxito que apresentou oportunidades para reforçar as colaborações existentes, forjar novas alianças e co-criar iniciativas para alcançar a paz e o desenvolvimento sustentável em África.

Os destaques da Bienal foram:

  • 5 Chefes de Estado (os Presidentes de Angola, Congo, República Democrática do Congo, São Tomé e Príncipe e Portugal)
  • 2 Vice-Presidentes (Namíbia e Costa Rica)

A cerimónia de abertura contou igualmente com a presença do Director Geral Adjunto da UNESCO, da representante do Presidente da Comissão da União Africana, na pessoa do Comissária da UA para a Agricultura, Desenvolvimento Rural, Economia Azul e Sustentabilidade Ambiental, e da Representante Especial do Secretário-Geral da ONU junto da União Africana.

  • 2 Ministros (Quénia e Moçambique) representaram os seus respectivos Chefes de Estado

Outros Ministros da Cultura e Juventude juntaram-se às delegações dos seus respectivos países.

  • As 8 Comunidades Económicas Regionais (CER) comprometeram-se a ser parte integrante do Secretariado da Bienal e expressaram o seu desejo de serem activamente envolvidas nas futuras edições da Bienal. Durante a cerimónia de encerramento, o Presidente da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC) falou em nome das oito CER e entregou a declaração conjunta sobre a cultura de paz adoptada a 13 de Agosto de 2021.
  • 120 jovens líderes de todos os países africanos e representantes da diáspora (10 dos quais presentes em Luanda) discutiram o papel da juventude na prevenção da violência e resolução pacífica de conflitos no centro da visão estratégica e dos planos futuros da Bienal. Por conseguinte, os representantes dos jovens desempenharam um papel crucial durante todo o evento: desde os diálogos intergeracionais até à cerimónia de abertura e às sessões de parceria em linha.
  • 65 parceiros de instituições, sociedade civil, sector privado, instituições académicas e organizações internacionais de África e da sua diáspora, e outras regiões do mundo - juntaram-se nas sessões de parceria online para discutir o seu interesse em juntar-se à Aliança de Parceiros e dar as mãos para desenvolver projectos e iniciativas sob a égide da Bienal.
  • 20 personalidades e artistas de diferentes continentes comprometidos com a Cultura de Paz participaram, presencialmente e virtualmente através de entrevistas e testemunhos.
  • 44 países representados em pavilhões virtuais com rico conteúdo sobre diversidade cultural e exemplos de iniciativas nacionais, bem como parceiros e personalidades associadas.
  • 180 participantes desempenharam o papel de oradores, moderadores, presidentes de sessão, incluindo altos funcionários da União Africana, UNESCO, ICESCO, Comunidades Económicas Regionais (CERs), parceiros técnicos e financeiros, bem como representantes do sistema das Nações Unidas de mais de 60 países.
  • Mais de 10 eventos e 15 projectos para a próxima Bienal em 2023 fazem parte do roteiro, um documento em constante evolução, que contém eventos-chave nos quais a Bienal foi convidada a participar, tais como a Cimeira da UA, os Fóruns de Assuão e Tana e o Comité Técnico Especializado (STC) sobre Juventude, Cultura e Desporto, etc.

Os projectos do roteiro foram identificados pelos parceiros como potenciais bases de colaboração. Exemplos incluem “Capacitação Institucional em Ciências Oceânicas e Vulnerabilidade Costeira na África Central”, “Jovens Tecelões pela Paz”, “ResiliArt e Indústrias Culturais”.

Em conclusão, as alterações climáticas, o terrorismo, a inactividade dos jovens, o extremismo e os conflitos continuam a ameaçar a segurança e o bem-estar das populações africanas e a cultura de paz é mais do que nunca necessária.

Com este impulso, a Bienal de Luanda está a tornar-se cada vez mais contundente e tem um rico programa de eventos e projectos que marcarão a trajectória dos próximos dois anos (2022-2023). 

O Comité de Organização gostaria de expressar o seu desejo de trabalhar em estreita colaboração com os parceiros que participaram nesta segunda edição da Bienal, de modo a assegurar o seu empenho na promoção da cultura de paz no continente africano e para além dele.